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(Ciência, Tecnologia, Cultura & Política)
Durante o teste de incêndio, o cabo de interface da memória que liga as placas de memória à placa de circuitos é queimado. Depois que a unidade esfria, os pesquisadores a pegam e retiram a memória. Eles colocam as placas de memória novamente em pilhas, instalam um novo cabo de interface e anexam a unidade a um sistema de leitura para verificar que todos os dados previamente carregados estão lá.As caixas-pretas normalmente são vendidas e instaladas pelos fabricantes do avião. Elas costumam ser instaladas na cauda do avião. "Normalmente, a cauda do avião é a última parte a sofrer impacto", diz Doran. "Toda a parte frontal da aeronave fornece uma zona de impacto, que ajuda na desaceleração dos componentes da cauda, incluindo os gravadores, e aumenta as probabilidades de que a memória protegida contra acidentes do gravador, resista ao impacto".A localização exata dos gravadores depende de cada avião. Às vezes ficam no teto, no compartimento traseiro de carga ou no cone da cauda que cobre a parte traseira do avião.
Depois da queda
Embora sejam chamadas de caixas-pretas, na realidade sua cor é um laranja vibrante. Esta cor diferente, associada a faixas reflexivas anexadas ao exterior dos gravadores, facilita a sua localização depois de um acidente. Isto é muito útil quando um avião cai na água. Existem algumas explicações com relação à origem para o termo "caixa-preta": alguns acreditam que seja devido ao fato de os antigos gravadores serem pintados de preto, outros acham que é uma referência à carbonização dos incêndios pós-acidentes. Na realidade, a expressão surgiu originalmente como metáfora: era dessa maneira ("black box") que os pilotos da RAF - a Real Força Aérea britânica - chamavam todas as inovações introduzidas em suas aeronaves durante a Segunda Guerra Mundial.Farol localizador subaquáticoAlém da tinta e da fita que reflete, as caixas-pretas são equipadas com um farol localizador subaquático (ULB). Se você vir a foto de uma caixa-preta, quase sempre verá um objeto pequeno e cilíndrico anexado a uma das extremidades do dispositivo. Ao mesmo tempo que funciona como alça para carregar a caixa-preta, esse cilindro na verdade é um farol.
Se um avião cai na água, este farol emite um pulso ultra-sônico rapidamente detectado pelo sonar e equipamentos acústicos de localização. Existe um sensor de imersão na lateral do farol. Quando a água encosta neste sensor, o farol é ativado.O farol emite pulsos a 37,5 kHz e consegue emitir som em uma profundidade de até 4.267 m. Uma vez que o farol começa a emitir esse som, faz isso uma vez por segundo durante 30 dias. Esse farol é alimentado por uma bateria protegida que dura seis anos. Raramente o farol arrebenta durante uma colisão de alto impacto. SMU.
Nos Estados Unidos, quando os investigadores localizam uma caixa-preta, ela é levada para os laboratórios de computadores da NTSB - National Transportation Safety Board. O transporte destes dispositivos é feito com muito cuidado, para evitar qualquer dano à mídia de gravação. Em casos de acidentes aquáticos, os gravadores são colocados em um resfriador de água para impedir que sequem.
Informações de resgate
Após achar as caixas-pretas, os investigadores levam os gravadores para um laboratório, onde fazem o download dos dados contidos nos gravadores e tentam recriar os acontecimentos que podem ter levado ao acidente. Este processo pode levar de semanas a meses. Nos Estados Unidos, os fabricantes de caixas-pretas dão à NTSB os sistemas de leitura e softwares necessários para fazer uma análise completa dos dados armazenados pelos gravadores. Se a FDR não estiver danificada, os investigadores podem simplesmente ouvi-las no gravador, conectando-a a um sistema de leitura. Nos gravadores semicondutores, os investigadores podem extrair os dados armazenados em questão de minutos. Normalmente os gravadores tirados dos destroços estão amassados ou queimados. Nestes casos, as placas de memória são retiradas, limpas, um novo cabo de interface é instalado e a placa de memória é conectada a um gravador. Este gravador tem um software especial para facilitar o resgate dos dados sem a possibilidade de gravar nada por cima deles.Uma equipe de especialistas é trazida para interpretar as gravações armazenadas em uma CVR. Este grupo normalmente tem um representante da campanhia aérea, um do fabricante do avião, um especialista em segurança de transporte da NTSB e um investigador de segurança aérea da NTSB. Também pode ter um especialista em idiomas do Escritório Federal de Investigação - Federal Bureau of Investiagtion e, caso seja necessário, um intérprete. Esta equipe tenta interpretar 30 minutos de palavras e sons gravados pela CVR, o que pode levar muitas semanas para ser concluído.A FDR e a CVR são ferramentas de valor incalculável para qualquer investigação de acidentes aéreos. Elas fornecem pistas importantes sobre o que pode ter causado a queda do avião.