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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Naruto


Naruto (ナルト, Naruto) é uma série de mangá criada por Masashi Kishimoto e serializada na revista semanal Shonen Jump desde 1999.

O mangá conta a história de um menino chamado Uzumaki Naruto, uma criança que vive em Konoha, a vila ninja do País do Fogo. Quando ainda bebê, Naruto teve um monstro aprisionado em seu corpo, o Bijuu chamado Kyuubi, pelo Yondaime Hokage, para salvar a Aldeia da folha. Desde então, Naruto é visto por muitas pessoas como um monstro, não só pelos familiares das pessoas mortas pela Kyuubi, mas também por pessoas que sofrem com as besteiras feitas por ele, que é extremamente arteiro. Incompreendido, Naruto sonha em se tornar um ninja poderoso, e ser nomeado Hokage, para assim poder ser reconhecido por todos.
Ele entra na Academia Ninja, onde sofre com as notas baixas, mas é ajudado por seu professor, que posteriormente se torna seu amigo, Umino Iruka. Consegue finalmente se tornar Genin, e a partir daí passa a ser ensinado por um dos mais talentosos Jounins, Hatake Kakashi, e forma um equipe com três colegas seus, Haruno Sakura e Uchiha Sasuke. O mangá, conta sobre as missões que Uzumaki Naruto, Haruno Sakura e Uchiha Sasuke devem cumprir e, posteriormente, o Chuunin Shiken, que selecionará aqueles que passarão para o segundo nível ninja.


Baixe aqui o 1° volume


Quer saber mais sobre Naruto: http://www.naruto.com.br/


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terça-feira, 21 de julho de 2009

Leonardo da Vinci



Leonardo da Vinci e gênio são sinônimos. Há meio milênio suas realizações nas artes, na engenharia e na ciência são expressões dos ideais humanistas e científicos que moveram a Renascença, momento histórico em que a humanidade despertou das trevas da Idade Média. Naqueles tempos, ninguém representou melhor a opção humana pelo mundo natural em detrimento do sobrenatural do que da Vinci.
Leonardo era movido pela vontade de conhecer. Dotado de um talento inigualável, ele não só produziu obras-primas nas artes, como também construiu projetos arquitetônicos e de engenharia revolucionários e esboçou invenções que estavam séculos à frente de seu tempo. Seus pensamentos abrangiam da astronomia à história natural. Suas realizações incluem a construção de canais e a drenagem de pântanos, a invenção de um método de impressão e de um telescópio. Seus estudos sobre a anatomia do corpo humano levaram-no a desenvolver uma teoria sobre a circulação sanguínea e a descrever com precisão o desenvolvimento dos fetos. Entre seus projetos mais impressionantes está a de uma máquina voadora e de um veículo capaz de mover-se sozinho.
Mas foi na arte que a genialidade de da Vinci mais se popularizou. Duas de suas obras-primas, a “Mona Lisa” e a “A última ceia”, encantam multidões do mundo inteiro e inspiram artistas de todas as áreas há cinco séculos. Leonardo produziu obras de artes que fundiram as inovações técnicas renascentistas de composição, proporções ideais e perspectivas. O caráter do artista era tão complexo e misterioso que ele tornou-se uma figura lendária desde a sua juventude. Aliás, mistérios não faltam no legado de da Vinci. A identidade do rosto enigmático da “Mona Lisa” ou os possíveis “códigos secretos” presentes em suas obras são temas constantemente provocadores da imaginação de estudiosos e artistas.
A vida de Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci nasceu em Anchiano, em 15 de abril de 1452. Esse vilarejo era próximo da cidade de Vinci, na província de Florença (região da Toscana, Itália). Ser Piero, seu pai, era um bem-sucedido proprietário de terras e tabelião. Sua mãe era uma camponesa chamada Caterina. Mas, eles não eram casados. Após o nascimento, Leonardo foi A vida de Leonardo da VinciLeonardo da Vinci nasceu em Anchiano, em 15 de abril de 1452. Esse vilarejo era próximo da cidade de Vinci, na província de Florença (região da Toscana, Itália). Ser Piero, seu pai, era um bem-sucedido proprietário de terras e tabelião. Sua mãe era uma camponesa chamada Caterina. Mas, eles não eram casados. Após o nascimento, Leonardo foi criado pelo pai numa fazenda e sua mãe acabou por casar-se com um artesão.criado pelo pai numa fazenda e sua mãe acabou por casar-se com um artesão.
Durante a infância, o pai de Leonardo logo percebeu o talento artístico do filho, que chegou a pintar um dragão no escudo de um dos camponeses. Para fazer isso carregou para o quarto todas as estranhas criaturas que encontrou pela fazenda, como lagartos, grilos, serpentes, borboletas, gafanhotos e morcegos. Leonardo foi educado de acordo com os padrões da época, o que incluía aprender a ler e a escrever e aritmética. Somente quando ficou bem mais velho, ele se interessou seriamente pelo latim e pela matemática avançada, aprendendo ambos por conta própria.Apesar de não haver retratos de Leonardo em sua juventude – seus autorretratos já o mostram em idade avançada – sua beleza tornou-se lendária. Relatos feitos por contemporâneos o mostram como um jovem alto, belo, forte, de longos cabelos loiros e com movimentos de pura graciosidade. Seus biógrafos associam sua perfeição física ao seu poder de encantamento e destacam também seu amor por cavalos e seu hábito de comprar os pássaros engaiolados para devolver-lhes a liberdade. Este último um sinal de sua fascinação pela liberdade de voar, que rendeu diversos esboços de asas e projetos de máquinas voadoras ao longo de sua vida. Sobre suas pretensões, da Vinci declarou que queria realizar milagres.Aos 15 anos, Leonardo virou aprendiz do artista Andrea del Verrocchio, um típico artesão renascentista. Lá desenvolveu suas habilidades de pintar e de esculpir. Ele passou algum tempo também no ateliê vizinho, do artista Antonio Pollaiuolo. Aos 20 anos de idade Leonardo foi aceito na associação de pintores de Florença e permaneceu trabalhando na região até 1481. No ano seguinte, ele mudou-se para Milão para fazer alguns trabalhos para o duque Ludovico Sforza. Da Vinci viveu durante 17 anos na cidade. Duas de suas magistrais obras-primas foram pintadas nos primeiros anos em Milão: o quadro “A virgem dos rochedos” e o mural “A última ceia”. Mas a provável verdadeira razão da ida de Leonardo para Milão era erigir uma escultura de cinco metros de altura em bronze em homenagem a Francesco Sforza, fundador da dinastia a qual o duque pertencia. Mas a obra não foi concluída. Em função da iminência da guerra contra as tropas francesas, o bronze necessário foi usado na feitura de canhões.A tomada de Milão pelo exército francês no final de 1499 levou Leonardo a deixar a cidade. Ele passou por Mantua e Veneza e alguns meses depois chegou a Florença, onde foi recebido com honras de filho célebre. Dois anos depois ele virou general-engenheiro das tropas papais sob comando de César Bórgia. Durante dez meses ele enfrentou condições de risco atravessando o território italiano. Nesse percurso, ele esboçou mapas topográficos que criaram os fundamentos da moderna cartografia. É dessa época seu encontro com Maquiaevel.Após a temporada com as tropas papais, Leonardo retornou para Florença, encarregado de um ousado projeto de construir um canal que ligasse a cidade ao mar. A ideia mostrou-se inviável, mas os traçados estabelecidos por ele foram usados para a construção de uma moderna autoestrada séculos depois. Nesse novo período em Florença, além dos trabalhos encomendados a ele, da Vinci dedicou-se intensamente a estudos científicos. Um deles foi o trabalho de dissecação no hospital Santa Maria Nuova que o levou a surpreendentes descobertas sobre o corpo humano. Um dos mais importantes trabalhos artísticos feitos por Leonardo nesse período foi a pintura da “Mona Lisa”.A admiração pelas obras de da Vinci, apesar de muitas delas não terem sido concluídas, tinha se espalhado. Em 1506, o governador francês em Milão solicitou a presença de Leonardo para a realização de vários projetos arquitetônicos. Assim como em suas estadias em Florença, Leonardo se cercava de jovens aprendizes que vinham de vários lugares para aprenderem com o mestre. Com a expulsão dos franceses de Milão em 1513, da Vinci mudou-se novamente. Desta vez, ele foi para Roma e ficou hospedado com Giuliano de Médici, irmão do papa Leão 10.º. Após três anos em Roma, com 65 anos de idade, ele aceitou o convite do rei Francisco 1.º e partiu para a França. Lá fez pequenos trabalhos de pinturas, um projeto arquitetônico de um palácio e seus jardins e organizou seus escritos científicos. Em 2 de maio de 1519, Leonardo da Vinci morreu na cidade francesa de Cloux. Seus bens artísticos e científicos ficaram para Francesco Melzi, um jovem nobre que era um de seus pupilos.
A arte de Leonardo da Vinci
Apenas 17 pinturas feitas por Leonardo da Vinci sobreviveram aos tempos. Ainda assim algumas delas estão inacabadas. E mesmo com tão poucos trabalhos, da Vinci representou o melhor que a Renascença nos proporcionou em termos artísticos.
A sua mais famosa obra é o quadro “Mona Lisa”, que está em uma sala especial no Museu do Louvre, em Paris (França), desde 1804. Nas poucas vezes em que saiu oficialmente do Louvre – em 1911, o quadro chegou a ser roubado por um funcionário italiano do museu, mas foi recuperado dois anos depois em Florença –, o quadro atraiu multidões. Sua passagem por Nova York provocou congestionamentos e 1,6 milhão de pessoas foram vê-la numa exposição de sete semanas. Mesmo no impressionante acervo do museu francês, o quadro é a principal atração para os cerca de seis milhões de visitantes anuais que por lá passam.Pintado entre 1503 e 1506, o quadro também conhecido como “La Gioconda” retrata Lisa del Giocondo, esposa de um mercador florentino. O senso de harmonia presente nessa pintura sintetiza a ideia de da Vinci de uma ligação cósmica entre a humanidade e a natureza. Apesar de basear-se nos modelos simples de retratos, na “Mona Lisa” o artista mostra toda sua genialidade em cada detalhe. Da Vinci faz o uso da perspectiva com todas as linhas convergindo para um único ponto de fuga que fica atrás da cabeça da Mona Lisa. Seus conhecimentos sobre anatomia, obtidos em sua temporada num hospital onde dissecou e estudou mais de trinta cadáveres, aparecem nos exatos traçados do corpo retratado, como nos detalhes das mãos. No quadro, ele consegue criar a sensação de feições tridimensionais a partir do uso de luz e sombra. As formas emergem das sombras e se misturam nelas, sem bordas definidas em função do uso de uma gradação contínua de tonalidades sutis de cores. Outra característica marcante do retrato é o enigmático sorriso no rosto da modelo. Ele é o resultado de músicos e bufões contratados por Leonardo para distrair “La Gioconda” enquanto pousava para o retrato. A “Mona Lisa” foi imediatamente reconhecida como uma obra-prima e por séculos tem influenciado artistas das mais diferentes “escolas”. O quadro tornou-se não só o mais popular como também o mais reproduzido de todos os tempos. Entre as versões modernas estão a de Marcel Duschamp que fez uma Mona Lisa de cavanhaque, em 1919, e os silkscreens de Andy Warhol, de 1963.
No novo milênio, o sucesso do livro e do filme “Código da Vinci” tornou ainda mais evidente e popular uma outra obra do artista: “A última ceia”. Considerada a pintura religiosa mais venerada em cinco séculos, o mural foi feito, segundo da Vinci, para pintar o homem e a intenção de sua alma. O momento em que, segundo o cristianismo, Jesus anuncia que um de seus discípulos iria traí-lo e a reação de cada um foi transformado pela arte de da Vinci em uma das mais impressionantes obras-primas já criadas. Em vez das técnicas tradicionais do afresco, como eram usadas naquele tipo de trabalho, Leonardo optou por uma emulsão de óleo e têmpora. O problema é que a pintura não aderiu bem à alvenaria e ela começou a se desfazer ainda na época do artista. A obra foi restaurada, mas muito pouco da pintura original permaneceu intacta.
“A virgem dos rochedos” é uma outra obra-prima do artista. Pintada no período inicial de sua atividade artística, ela traz tons crepusculares e um delicado naturalismo para representar o tema da Virgem ajoelhada diante do Menino Jesus e de São João Batista. A obra que está no Museu do Louvre é considerada, por críticos e estudiosos, de uma perfeição plástica absoluta e uma das mais belas obras de arte do mundo. Mesmo com o quadro coberto por camadas de verniz e após sua transferência de seu painel de madeira original para uma tela, o que impede qualquer limpeza que não lhe cause danos, é possível distinguir sua notável luminosidade.Na análise de Kenneth Clark, as obras de Leonardo trazem um conflito entre sua estética e seu modo científico de abordar a pintura, além de mostrarem sua apaixonada curiosidade pelos segredos da natureza e a fantástica acuidade do seu olhar sobre eles. Segundo Clark, a estética nas obras de da Vinci é profundamente romântica enquanto que seu modo científico, como o manifestado em “A última ceia”, estabeleceu as bases do academicismo que veio a seguir.
A ciência de Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci foi um artista-cientista. Nos cadernos que deixou com esboços e anotações de ideias estão as provas de sua imaginação fértil. Elas abrangiam vários campos das ciências e das artes, como anatomia, engenharia, astronomia, matemática, história natural, música, escultura, arquitetura e pintura. Sua versatilidade lhe fez precursor de várias invenções e descobertas que ocorreriam nos séculos seguintes. Uma das mais impressionantes é seu esboço de uma máquina voadora que serviu de ponto de partida séculos depois para o desenvolvimento do helicóptero. Outra foi o que ficou conhecida como o “automóvel”, um veículo capaz de mover-se sozinho. Para fazer isso, Leonardo esboçou um complicado sistema de engrenagens que acionam molas que funcionam como motor dessa máquina.
Fonte: Editores do HowStuffWorks. "HowStuffWorks - Biografia de Leonardo da Vinci". Publicado em 22 de junho de 2009 http://lazer.hsw.uol.com.br/leonardo-da-vinci2.htm (21 de julho de 2009).

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Shakespeare


Teve uma época que chegaram a duvidar de sua existência. Tantas obras tão geniais dificilmente poderiam ter sido escritas por um único homem. Mas foram. E o fato é que William Shakespeare é o mais importante dramaturgo de todos os tempos e um dos mais brilhantes artistas da história. Suas peças teatrais escritas há cerca de quatro séculos provavelmente são as mais encenadas em todo o planeta. Além disso, suas tramas e personagens têm inspirado inúmeras produções cinematográficas, literárias, televisivas, além de estudos nos mais variados campos, da filosofia à psicologia. Conforme profetizou um poeta contemporâneo a ele, Shakespeare não era o artista para uma era, mas sim para a eternidade.Este é o início da minha postagem.
O Mercador De Veneza
Trata-se de uma das obras mais polêmicas do célebre dramaturgo inglês. Escrito no findar dos anos 1500, época em que os judeus estiveram ausentes da Inglaterra (foram expulsos em 1290, e só seriam novamente aceitos em 1655), capta as chocantes caricaturas feitas pelos ingleses. Em O Mercador de Veneza, o personagem que mais chama a atenção não é o mocinho, e sim o vilão, criado para dar um tom cômico à peça. Trata-se do agiota e judeu _ daí a polêmica _ Shylock, retratado como indivíduo desprezível. A vítima, o cristão Antônio, cidadão bem sucedido de Veneza, faz um contrato atípico com o agiota, penhorando 453 gramas de sua própria carne.





Realmente a importância e a influência de sua obra dramática e poética extrapolou seu tempo. Em uma pesquisa feita em 2009, pelo jornal Daily Telegraph no Reino Unido, sobre qual personalidade as pessoas gostariam de ressuscitar, o dramaturgo aparece em terceiro lugar, atrás apenas de Jesus Cristo e da princesa Diana, e à frente de ícones do século 20 como Albert Einstein e Elvis Presley. Nada mal para alguém que viveu há séculos e não tem nenhum milagre ou escândalo amoroso em seu currículo. O mais incrível é que esse homem que se tornaria o mais importante autor da língua inglesa era filho de pais analfabetos e nunca frequentou uma universidade.Segundo Harold Bloom, um dos mais respeitados críticos literários dos nossos tempos, ao ler e assistir às peças de Shakespeare é possível concluir que ele não apreciava advogados, gostava mais de beber do que de comer e era lascivo em relação aos dois sexos. Além das mudanças estruturais que introduziu na dramaturgia, que permanecia praticamente imutável desde o seu nascimento na Grécia antiga, um dos grandes méritos de Shakespeare foi o de compreender como poucos a alma humana. Amor, loucura, poder e vários temas filosóficos foram abordados em sua obra com uma profundidade poucas vezes vista. Sua dramaturgia influenciou ou mereceu o comentário dos mais brilhantes pensadores e artistas do planeta desde a Renascença até a contemporaneidade. Entre eles estão Nietzsche, Goethe, Descartes, Voltaire, Jean-Paul Sartre, Freud, Schopenhauer, Hegel, Kierkegaard, Ortega y Gasset, Oscar Wilde, Wittgenstein, Machado de Assis e Jorge Luis Borges. Provavelmente, nenhum outro autor tenha tido influência tão ampla e por tanto tempo.William Shakespeare escreveu 38 peças teatrais, além de alguns poemas de teor erótico e cerca de 150 sonetos dedicados a um “belo jovem” e a uma “dama morena”, entre 1589 e 1616. E este é o restante dela.
A vida de William ShakespeareWilliam
Shakespeare nasceu provavelmente em 23 de abril de 1564 na cidadezinha de Stratford-upon-Avon (Inglaterra), localizada a 160 km de Londres. A data de seu batismo na igreja local é de três dias depois. Seu pai era um artesão que teve altos e baixos nos vários negócios em que se envolveu, mas que chegou a ser prefeito em Stratford. Já sua mãe descendia de uma tradicional família que tinha lhe deixado como herança algumas propriedades. Na infância, Shakespeare foi educado na boa escola local, que era sustentada pela comunidade. Sua primeira formação se deu basicamente a partir da leitura dos clássicos, como Sêneca, Plauto e Cícero, e do estudo do latim.
Shakespeare não foi para a universidade e casou-se aos 18 anos com Anne Hathaway, uma mulher oito anos mais velha. Seis meses após o casamento, nasceu o primeiro dos três rebentos do casal: Susanna. Esse fato leva alguns biógrafos do bardo a pensarem que seu casamento com Anne se deu em função de uma gravidez não planejada por eles. Cerca de dois anos depois, em 1585, nasceram os gêmeos Hamnet e Judith. Como muito do que se conhece sobre Shakespeare é baseado na documentação da época, como os registros na igreja, nos órgãos públicos e nos teatros, e nos escritos de seus contemporâneos, pouco se sabe sobre os oito anos seguintes ao nascimento dos gêmeos. Apesar de especulações de que ele tenha sido um professor em escolas do interior da Inglaterra, desconhece-se com certeza o que ele fez para sustentar a sua família nesse período.Em algum momento entre 1585 e 1594, Shakespeare mudou-se sozinho para Londres para trabalhar como ator teatral e dramaturgo.Não se sabe a razão de Shakespeare não ter levado sua família junto. Há dúvidas inclusive se ele esteve presente ou não quando Hannet, seu único filho homem, morreu aos 11 anos de idade em Stratford-upon-Avon.
Em relação a sua carreira o que se tem certeza é que em 1594 Shakespeare associou-se a uma das mais famosas companhias teatrais de Londres, a Lord’s Chamberlain Men. Mas pode ser que sua atividade teatral tenha começado antes disso. Há inclusive menção sarcástica a ele em um livreto publicado dois anos antes e escrito por Robert Greene, um dos mais populares escritores ingleses da época.Shakespeare passaria as duas próximas décadas vivendo em Londres longe de sua família, que ele visitava em ocasionais viagens a Stratford. Nesse período, com o dinheiro que ganhou no teatro, ele conseguiu adquirir algumas propriedades na capital britânica e em sua cidade natal. Apesar da ficção romântica que se vê no filme “Shakespeare Apaixonado”, há poucas evidências fidedignas da vida íntima do dramaturgo em Londres. Os casos e aventuras boêmias de Shakespeare na cidade podem ter inspirados trechos autobiográficos de seus poemas e até de suas peças, mas isso não passa de especulação. A Lord’s Chamberlain Man transformou-se em 1603 na King’s Men, por ocasião da ascensão de Jaime 1.º ao trono da Inglaterra. A companhia teatral contava com o melhor ator dos palcos ingleses, Richard Burbage, e desde 1599 tinha também o melhor teatro, o Globe. Com a associação de Shakespeare, eles passaram a ter também o melhor dramaturgo. Com tudo isso, era natural que a King’s Men prosperasse e trouxesse prosperidade aos seus integrantes. Shakespeare escrevia em média duas peças por ano. Infelizmente nenhuma carta escrita por Shakespeare sobreviveu aos tempos e apenas uma inoportuna carta lhe pedindo dinheiro, enviada a ele pelo futuro sogro de sua filha Judith, encontra-se preservada nos arquivos de sua cidade natal. O testamento de Shakespeare é outro importante documento que sobreviveu. Pela aparência da assinatura presente nele, Shakespeare provavelmente já estava doente. Ele deve ter deixado Londres e voltado a sua cidade natal por insistência da família em abril de 1614. Com 50 anos de idade, sua saúde já estava um tanto combalida. O dramaturgo morreu em 23 de abril de 1616, exatamente 52 anos após seu nascimento.
A obra dramática de William Shakespeare
Shakespeare chegou a Londres provavelmente no final dos anos 1580. A partir daí sua produção dramatúrgica foi intensa. “Tito Adronico” e “Henrique 6.º” foram possivelmente suas primeiras peças teatrais, escrita entre 1589 e 1592. Já uma das mais importantes dramaturgias produzidas por ele nesses primeiros anos foi “Ricardo 3.º”, que trata do fim das Guerras das Rosas que aconteceram na Inglaterra na segunda metade do século 15. Apesar da inspiração histórica, o dramaturgo não teve compromissos com a exatidão de datas, fatos e dos papéis dos personagens que retratou, afinal ele escrevia peças ficcionais e não relatos históricos. Os primeiros anos trazem Shakespeare enfatizando os papéis de heróis e vilões em suas peças.
Uma de suas mais inspiradas comédias dessa fase inicial de sua dramaturgia (1589-1594) é “A comédia dos erros”. A peça mostra a história de Antipholus procurando por seu irmão gêmeo. Em sua busca ele leva o esperto servo Dromio, que por coincidência tem também um irmão gêmeo desaparecido. Uma série de confusões de identidade é brilhantemente explorada e um debate entre duas jovens mulheres – Adriana, esposa de Antipholus, e sua irmã Luciana – introduz discussões sobre obediência, autonomia e a condição feminina. Já a tragédia “Romeu e Julieta”, escrita entre 1594 e 1596, é, sem dúvida, uma das mais famosas e populares peças de Shakespeare. Uma prova da perfeição a qual o dramaturgo levou o teatro Elizabetano. Shakespeare se inspirou no longo poema “The Tragicall Historye of Romeus and Juliet” (1562), do poeta inglês Arthur Brooke, que por sua vez se baseou num conto do italiano Matteo Bandell. A versão shakesperiana de “Romeu e Julieta” tem inspirado obras na literatura, na dança, na música, no teatro e no cinema. A história de final trágico dos jovens apaixonados, cujas famílias são inimigas implacáveis, tornou-se simbólica do amor romântico na imaginação popular em todo o planeta.
Entre as principais tragédias escritas por Shakespeare estão “Hamlet”, “Otelo” e “Macbeth”. Todas foram produzidas no período que vai de 1601 a 1608, a fase mais produtiva artisticamente e mais próspera economicamente para o dramaturgo. A história do lendário príncipe dinamarquês contada por Shakespeare mostra o atormentado Hamlet lamentando a morte do pai e alucinado pelo fantasma paterno que clama por vingança. Revoltado com o casamento da mãe com o seu tio Cláudio, que se apoderou do trono, Hamlet trama uma vingança. Em “Otelo”, o ciúme e a culpa são tratados de forma profunda por meio da história do general mouro negro que serve ao reino de Veneza. Instigado por seu subalterno Iago, ele enlouquece de ciúme por sua mulher Desdêmona e a acaba matando. Iago não demonstra nem um pingo de arrependimento pelo que causou. Em “Macbeth”, a ambição cega provoca a ascensão e queda do nobre Macbeth na Escócia. Tragédia sobre a consciência humana, a peça parte de uma profecia feita por bruxas de que Macbeth se tornará o rei da Escócia. Isso o leva a cometer uma série de assassinatos para obter o que deseja.
Nos seus últimos anos de vida, no período que vai de 1609 a 1616, Shakespeare escreveu peças cômicas e históricas. Um dos destaques dessa fase é a peça “A tempestade”, encenada pela primeira vez em 1611. Conspirações, amor e vingança se misturam nessa montagem que tem como cenário principal uma ilha encantada governada pelo mágico Próspero. “A Tempestade” é provavelmente a mais original peça de Shakespeare, tanto em seu tema como na sua forma, linguagem e estrutura.William Shakespeare escreveu 38 peças teatrais entre 1589 e 1616. A maior parte delas verdadeiras obras-primas que por séculos têm influenciado de escritores a filósofos e, principalmente, tocado profundamente na alma de todos que vão aos teatros ao redor do mundo para assisti-las.

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Jorge Amado - Capitães da Areia


Filho de João Amado de Faria e de D. Eulália Leal, Jorge Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna - Bahia. O casal teve mais três filhos: Jofre (1915), Joelson (1920) e James (1922).Com apenas dez meses, vê seu pai ser ferido numa tocaia dentro de sua própria fazenda. No ano seguinte uma epidemia de varíola obriga a família a deixar a fazenda e se estabelecer em Ilhéus. Em 1917 a família muda-se para a Fazenda Taranga, em Itajuípe, onde seu pai volta à lida na lavoura de cacau.

O livro Capitães da Areia é um grupo de meninos de rua.O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, via uma seqüência de reportagens e depoimentos, explicando que os Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma mãe-de-santo, Don'Aninha. O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia os caçam como adultos antes de se tornarem um.

Baixe aqui o livro:http://www.easy-share.com/1906522322/Jorge A União Brasileira de Escritores, presidida por Peregrino Jr., apresenta em Estocolmo a candidatura formal de Jorge Amado ao Prêmio Nobel de Literatura, em 1967, embora o escritor a recuse. Durante duas horas e meia, Jorge depõe para o arquivo do Museu da Imagem e do Som, na presença de James Amado, do crítico Eduardo Portella e do romancista Antonio Olinto, dentre outros.A UBE insiste em apresentar novamente a candidatura de Jorge Amado ao Nobel, em 1968. O escritor concorda, mas exige que ela seja feita junto com a do romancista português Ferreira de Castro, seu amigo. O cineasta polonês Roman Polanski visita o escritor na Bahia para "agradecer a alegria que seus livros me proporcionaram na juventude".No ano seguinte lança "Tenda dos milagres" (tiragem de 75 mil exemplares), livro que começou a escrever na casa de campo do pintor baiano Genaro de Carvalho. Jorge dizia ter sido este seu melhor romance.Recebe em São Paulo o Prêmio Juca Pato - 1970, da União Brasileira de Escritores, como "Intelectual do Ano". Lidera, ao lado do escritor gaúcho Érico Veríssimo, um movimento contra a censura prévia aos livros. Estréia o filme "Capitães da areia", produção americana dirigida por Hall Bartlett.Seu primeiro neto, Bruno, filho de João Jorge e Maria da Luz Celestino nasce em Salvador, em 1971. Divide com Ferreira de Castro o Prêmio Gulbenkian de Ficção, entregue na Academia do Mundo Latino, em Paris. Faz conferência no Instituto de Letras da Universidade da Pensilvânia.Sua mãe morre em Salvador, aos 88 anos de idade, em 1972. Nasce Mariana, a primeira neta, filha de Paloma e Pedro Costa. Sai "Tereza Batista cansada de guerra". A escola de samba Lins Imperial, de São Paulo, apresenta o enredo "Bahia de Jorge Amado". Numa viagem à Europa encontra, em Barcelona, o escritor colombiano Gabriel García Márquez, futuro Nobel de Literatura (1982).Nasce Maria João, filha de João Jorge e Maria da Luz, em 1973. Fernando Sabino dirige um documentário sobre Jorge Amado, "Na casa do Rio Vermelho".Inaugurado em Salvador o Hotel Pelourinho, com registro em placa da época em que o escritor morou naquele local, em 1974.A Martins, que havia pedido concordata no ano anterior, começa a lançar livros de Jorge Amado em co-edição com a Record, do Rio de Janeiro, em 1975. Marcel Camus leva para o cinema o romance "Os pastores da noite", que é exibido na França com o título de "Otalia da Bahia". Este é o ano também da estréia do maior sucesso do escritor na TV: a adaptação de Walter George Durst do romance "Gabriela, cravo e canela", levada ao ar pela Rede Globo, com direção de Walter Avancini, Sônia Braga no papel-título e Armando Bogus interpretando Nacib.Com o fechamento da Livraria Martins Editora, em 1976, Jorge passa a ser autor exclusivo da Record. Nasce a neta Cecília, filha de Paloma e Pedro Costa. Estréia no cinema "Dona Flor e seus dois maridos", de Bruno Barreto, com Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça. Após três meses de exibição o filme bate recorde de bilheteria — dez milhões de espectadores. Na Bahia, começa a escrever "Tieta do Agreste". Participa da Feira Internacional do Livro de Frankfurt; que neste ano é dedicada à literatura latino-americana. A pedido do filho João Jorge e do amigo Carybé, que faz as ilustrações, publica "O gato Malhado e a andorinha Sinhá".No ano seguinte, cercado de intensa campanha publicitária, é lançado no Rio o romance "Tieta do Agreste", que Jorge Amado concluíra em Londres. Também no Rio o autor, participa do ato de inauguração da rua Tieta do Agreste, localizada no Recreio dos Bandeirantes, zona sul da cidade. Recebe o título de sócio benemérito do afoxé Filhos de Gandhi. Estréia "Tenda dos milagres", filme de Nelson Pereira dos Santos. Interpreta um dos apóstolos de Cristo na cena da "Última Ceia" do filme A Idade da Terra, de Glauber Rocha. A casa onde o escritor viveu em Ferradas é tombada pela Prefeitura de Itabuna. Grava no Rio, para a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, trechos de seus romances "Os pastores da noite" e "Tereza Batista cansada de guerra".Em 1978, Glauber Rocha realiza documentário abordando a obra de Jorge Amado. O escritor oficializa, no dia 13 de maio, sua união com Zélia Gattai; a cerimônia acontece na casa do pintor Calasans Neto, em Itapuã.Sai "Farda fardão camisola de dormir", em 1979. Estréia na Broadway o musical Saravá, de Richard Nash e Mitch Leigh, baseado em "Dona Flor e seus dois maridos". Escreve, sob encomenda de um banco, para uma edição especial de fim de ano, o conto "Do recente milagre dos pássaros acontecido em terras de Alagoas, nas ribanceiras do rio São Francisco". Lança em disco, pela Som Livre, uma versão do livro "Bahia de Todos os Santos".Nasce João Jorge Filho, em 1980, outro neto que lhe é dado por João Jorge e Maria da Luz. A revista Vogue Brasil dedica um número a Jorge Amado, que escreve o texto "O menino grapiúna", onde conta reminiscências da época em que viveu na região cacaueira. Daí surgiu a idéia de "Tocaia Grande", que falaria do nascimento e desenvolvimento de uma cidade naquela área. Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia. É condecorado como Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada pelo presidente português Ramalho Eanes. Participa, na condição de convidado especial, do programa L'apostrophe, da televisão francesa, comandado por Bernard Pivot."O menino grapiúna" é lançado numa edição não-comercial, em 1981. O jornal francês Le Matin publica o conto "Do recente milagre dos pássaros acontecido em terras de Alagoas, nas ribanceiras do rio São Francisco". "Terras do sem fim" estréia na Tv Globo (adaptação de Walter George Durst e direção de Herval Rossano); na trilha sonora, Jorge Amado assina, com Dorival Caymmi, a música Cantiga de cego. No centenário de Ilhéus, o escritor é homenageado com uma placa e uma escultura de bronze numa rua que leva seu nome; uma outra rua ganha o nome de seu pai. É entrevistado em Salvador pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa, que à época apresentava, nas noites de domingo, um programa na TV de seu país.O autor passa a ser nome de rua em Itapuã, em 1982. É homenageado no carnaval de Salvador pelo bloco Dengo da Bahia, que apresenta o enredo Bahia de Jorge Amado. Começa a escrever "Bóris, o vermelho", que, por diferentes motivos, seria seguidamente interrompido e acabou não sendo concluído. Na primeira vez que adiou a redação de "Bóris", disse que foi "porque a idéia não estava bem amadurecida". Jorge Amado inicia "Tocaia Grande". A Caixa Econômica Federal lança seis milhões de bilhetes de loteria com a efígie do escritor. Zélia Gattai publica Um chapéu para viagem, onde conta como conheceu Jorge. Sai a edição comercial de "O menino grapiúna".Nasce Jorge Amado Neto, filho de João Jorge com sua segunda mulher, Rízia Vaz Coutrim, em 1983. Inaugurado em Ferradas um busto do escritor. Estréia o filme "Gabriela", co-produção Brasil­Itália dirigida por Bruno Barreto com Sônia Braga no papel-título e o ator italiano Marcello Mastroianni interpretando Nacib.Em 1984, publica "Tocaia Grande" (com uma anunciada tiragem inicial de 150 mil exemplares). Tenta retomar "Bóris, o vermelho", mas o deixa de lado para escrever "A guerra dos santos", título original do romance que se chamaria "O sumiço da santa". O presidente francês, François Mitterrand, outorga-lhe a comenda da Legião da Honra. Lança "A bola e o goleiro", uma história infantil. Começa a articular a criação da Fundação Casa de Jorge Amado. Zélia publica Senhora dona do baile, onde fala do primeiro exílio do escritor.Toma posse na Academia de Letras da Bahia (cadeira 21), em 1985. Recebe o título de Grão-Mestre da Ordem do Rio Branco, no grau de Grande Oficial, oferecido pelo governo brasileiro. Participa do Festival de Cinema de Cannes. É homenageado pelo Centro Georges Pompidou, de Paris, onde se realiza um debate sobre sua obra. Estréia na Rede Globo a minissérie "Tenda dos milagres" (adaptação de Aguinaldo Silva e Regina Braga e direção de Paulo Afonso Grisolli, Maurício Farias e Ignácio Coqueiro; no papel de Pedro Archanjo, Nelson Xavier).Morre, em 1986, aos 73 anos de idade, sua ex-esposa Matilde Mendonça Garcia Rosa. Participa, como presidente do júri, do VIII Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, em Cuba; na ocasião, é homenageado por Fidel Castro. Decreto assinado pelo presidente José Sarney no dia 2 de julho, data de aniversário de Zélia Gattai, cria a Fundação Casa de Jorge Amado. Lança, pela Berlendis & Vertecchia, de São Paulo, "O capeta Carybé", sobre o artista plástico argentino, nascido Hector Julio Páride Bernabó, seu amigo desde os anos 50, quando se instalou na Bahia.Inaugurada, no dia 7 de março de 1987, a Fundação Casa de Jorge Amado, que passa a desenvolver intenso trabalho de preservação e divulgação da obra do escritor. Na presidência da entidade está Germano Tabacof e na diretoria executiva, Myriam Fraga. O símbolo da Casa é um exu desenhado por Carybé, que já vinha aparecendo nas edições dos livros de Jorge Amado. Segundo o escritor, exu é um deus dos mais importantes nas religiões fetichistas; se elas admitissem a existência do diabo, ele seria o diabo. Segundo as mães-de-santo, "exu é uma divindade travessa, uma criança, que adora pregar peças e, principalmente, não admite censura". Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Lumière, da cidade francesa de Lyon. Lançamento da revista Exu, da Fundação Casa de Jorge Amado; o número de estréia traz uma bibliografia do escritor e um texto dele intitulado "O enterro do Yalorixá". Zélia lança o livro Reportagem incompleta, que reúne fotos que ela fez de Jorge Amado. O escritor recebe o título de sócio honorário do Pen Club do Brasil. Lançado 0 filme "Jubiabá", dirigido por Nelson Pereira dos Santos.Zélia Gattai publica, em 1988, Jardim de inverno, onde fala do exílio na Tchecoslováquia em companhia de Jorge Amado. A Orquestra Sinfônica da Bahia, sob regência do maestro Carlos Veiga, apresenta uma peça do compositor paulista Francisco Mignone inspirada em "A morte e a morte de Quincas Berro Dágua". Publica "O sumiço da santa". Recebe em Brasília o Prêmio Pablo Picasso, da Unesco, durante o Simpósio Internacional de Escritores da América Latina e do Caribe. Inauguração, em Ilhéus, da Casa de Cultura Jorge Amado.A escola de samba Império Serrano, do Rio de Janeiro, apresenta o enredo "Jorge Amado - Axé, Brasil", em 1989. Recebe o Prêmio Pablo Neruda, da Associação dos Escritores Soviéticos. Estréia na Rede Globo a novela "Tieta", com adaptação de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares e direção de Paulo Ubiratan, Reynaldo Boury e Luiz Fernando Carvalho; no papel-título, Bety Faria. Jorge Amado é entrevistado no programa do escritor Georges Simenon na TF1 (França). Escreve texto em favor da candidatura à Presidência da República, pelo Partido Comunista Brasileiro, do deputado federal Roberto Freire (PE). Estréia na Tv Bandeirantes a minissérie "Capitães da areia", com adaptação de José Louzeiro e Antonio Carlos Fontoura e direção de Walter Lima Jr.Em 1990, participa, como representante do Brasil, da comissão internacional que dará assessoria ao projeto de reconstrução da antiga biblioteca de Alexandria, no Egito. Aberto em Recife o arquivo do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) pernambucano, no qual o prontuário de número 6.172 trata das atividades políticas de Jorge Amado. Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Israel e da Universidade Dagli Studi de Bari, Itália. Na Itália recebe os prêmios Cino del Duca, concedido por um júri presidido pelo escritor Maurice Druon, secretário-geral da Academia Francesa. A Universidade Livre de Berlim realiza o seminário "Cultura popular na obra de Jorge Amado".Paralelamente a "Bóris, o vermelho", escreve "Navegação de cabotagem", relato memorialístico, em 1991. Recebe o teatrólogo e novelista Dias Gomes na Academia Brasileira de Letras. Escreve, sob encomenda, para uma empresa italiana, a história "A descoberta da América pelos turcos", que deveria ser incluída num livro ao lado de textos do americano Norman Mailer e do mexicano Carlos Fuentes. Preside o 14° Festival Cultural de Asylah, Marrocos, cujo tema é "Mestiçagem, o exemplo do Brasil". Participa do Fórum Mundial das Artes em Veneza, Itália.Estréia na Rede Globo, em 1992, a minissérie "Tereza Batista" (com adaptação de Vicente Sesso, direção de Paulo Afonso Grisolli e Patrícia França no papel-título). Publica "Navegação de cabotagem". Uma série de eventos comemora os 80 anos do escritor. As principais homenagens, naturalmente, se concentram em Salvador: shows no Pelourinho, debates, exposições. Para festejar a data, a Fundação Casa de Jorge Amado publica o livro "Jorge Amado: 80 anos de vida e obra", organizado por Maried Carneiro e Rosane Canelas Rubim. Paloma Amado e Pedro Costa iniciam a revisão completa da obra do escritor, a fim de eliminar erros acumulados ao longo das sucessivas reedições de seus livros. É homenageado no Centro Georges Pompidou com a exposição Jorge Amado, écrivain de Bahia; no mesmo local participa do seminário "Reencontro de dois mundos", realizado para comemorar o quarto centenário do descobrimento da América.Publica, em 1994, no Brasil, "A descoberta da América pelos turcos" (o projeto do livro com Mailer e Fuentes não vingara, mas o texto de Jorge Amado já tinha saído em 1992 na França). "Gabriela, cravo e canela" inaugura a série de relançamentos revisados da obra do escritor.Recebe, dos governos brasileiro e português, o Prêmio Camões, em 1995. Começa a escrever um romance provisoriamente intitulado "A apostasia universal de Água Brusca", que focaliza a luta pelo poder entre a igreja e os coronéis do sertão baiano. Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Pádua, Itália; também na Itália é contemplado com o Prêmio Vitaliano Brancatti. João Moreira Salles realiza o documentário "Jorge Amado".Em maio de 1996, o escritor sofre em Paris um edema pulmonar. Depois de dez dias de internação, recebe alta e viaja para Salvador, onde em julho comemora com os amigos os 80 anos de Zélia. Estréia "Tieta do Agreste", filme de Cacá Diegues, que também assina o roteiro, ao lado de João Ubaldo Ribeiro e Antonio Calmon. No papel­título, Sônia Braga. Em outubro, é submetido a uma angioplastia. A operação mobiliza atenções do país inteiro e é coroada de pleno êxito. Na saída do hospital o escritor anuncia que retomará "brevemente" seus projetos literários.O romance "Tieta do Agreste" é escolhido como tema do carnaval de Salvador, em 1997. No domingo de folia, o bloco "Amigos do Amado Jorge", liderado pelo cantor e compositor Caetano Veloso, desfila em homenagem ao romancista, que assiste à festa ao lado de Zélia Gattai no camarote da passarela da Praça do Campo Grande. A editora Record lança "Milagre dos Pássaros", livro com conto ainda inédito no Brasil.No Salão do Livro de Paris, em 1998, é uma das principais atrações e recebe o título de Doutor Honoris Causa na Sorbonne. Estréia na Rede Globo a mini-série "Dona Flor e seus dois maridos", adaptação de Dias Gomes para o romance de mesmo nome.Em maio de 1999, é hospitalizado para fazer exames de rotina e tratar de um mal-estar digestivo. Em junho, a Fundação Casa de Jorge Amado lança o livro "Rua Alagoinhas 33, Rio Vermelho", sobre a casa em que o autor vivia e sobre seu cotidiano.Cada vez mais recluso, face a seus problemas de saúde, comemora em agosto de 2000, com poucos amigos e a família, seus 88 anos. Vivia deprimido por se encontrar quase sem enxergar, sob dieta rigorosa, privando-se do que muito gostava: de escrever, de ler um bom livro e de um bom prato.No dia 21 de junho de 2001, Jorge Amado é internado com uma crise de hiperglicemia e tem uma fibrilação cardíaca. Após alguns dias, retorna à sua casa, porém, em 06 de agosto volta a se sentir mal e falece na cidade de Salvador às 19,30 horas. A seu pedido, seu corpo foi cremado e suas cinzas foram espalhadas em torno de uma mangueira em sua residência no Rio Vermelho.

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Confúcio


Confúcio foi um sábio chinês que esperava que seus discípulos tornassem-se bons funcionários públicos. Na China imperial seus ensinamentos vigoraram durante dois mil anos como regras de conduta e como alimento espiritual. E quem saísse da linha terminava, no mínimo, castrado.
Ele pode ser considerado um pioneiro no estilo “autoajuda”. Só que seus chavões bem intencionados, anedotas enigmáticas e aforismos exóticos podem tê-lo feito um dos homens mais influentes da história. Confúcio e a arte da ética e da política
Na China, ele era conhecido como "o mestre Kung", ou melhor, Kung-fu-tsé. Confúcio é a versão em latim de seu nome. O filósofo nasceu em 551 a.C., no estado feudal de Lu (atualmente região que faz parte da província de Chantung). Ele viveu no século 6 a.C., época em que a filosofia ocidental estava sendo inventada na Grécia por Tales de Mileto, em que Buda nasceu e em que o taoísmo estava surgindo. Seu pai era um militar (que tinha 70 anos de idade quando o filho nasceu) e tinha parentesco com os governantes da dinastia Chang.
Aos 18 anos de idade, Confúcio já estava casado. Pobre, ele tinha diversos empregos, como cocheiro e tratador de animais. Dedicava-se a estudar em seu tempo livre. Entre as áreas de seu interesse estavam a história, a música e a liturgia. Sua ambição era obter um emprego público, mas, sem sucesso nas suas tentativas, acabou virando professor. Só que para isso fundou sua própria escola, com o objetivo de ensinar administradores políticos a governar. Naquela época, a China vivia tempos de miséria e guerra entre seus estados feudais. Os horrores vivenciados por Confúcio influenciaram profundamente seu modo de pensar o mundo. Ele entendeu que aquele sofrimento todo teria que acabar e a sociedade deveria passar a funcionar em benefício de todos os seus membros. Segundo ele, o administrador deve cumprir com suas obrigações que nem um bom pai cuida de seu filho.À semelhança das escolas gregas dos tempos de Sócrates, Platão e Aristóteles, Confúcio ensinava em sessões informais de conversas baseadas em perguntas e respostas. Seu carisma e estilo cativante atraíram alunos de diferentes províncias chinesas, entre eles, nobres a pobretões. Basicamente, um professor de moral, ele ensinou sobre como as pessoas deviam se comportar. E esse ensinamento vinha normalmente na forma de homilias, como “o homem superior é comedido em palavras mas não em realizações” ou “ quem não corrige seus erros torna-se ainda mais errado”.A filosofia de Confúcio assumiu caráter religioso, apesar de não ser sua intenção. Enquanto ele tentava popularizar seus ensinamentos, outro filósofo chinês, o lendário Lao-tsé, criava o taoísmo, que acabou funcionando como uma espécie de complemento ao confucionismo. Os dois filósofos chegaram a se encontrar e o velho sábio Lao-tsé condenou o orgulho e a ambição de Confúcio.Muitos dos alunos de Confúcio tornaram-se excelentes administradores e tanto governantes como governados perceberam que o governo poderia realmente trabalhar em benefício de todos. Um desses alunos, o príncipe regente Yanh Hou, ao assumir o poder, nomeou Confúcio como Ministro do Crime. Nesse improvável cargo, os relatos mostram o filósofo como um bem-sucedido administrador. Mas, apesar de não existir um ladrão nas terras em que Confúcio lutava contra o crime, havia exageros como a condenação à morte das pessoas que inventassem roupas fora do comum. Esses excessos confucianos levaram à promoção de Confúcio a um cargo de mais prestígio, salários extraordinários, mas sem nenhum poder. E sem poder decidir, Confúcio renunciou. Já com mais de 50 anos de idade, decidiu peregrinar pela China em busca de um governo que o deixasse pôr em prática suas ideias administrativas. Em sua década como andarilho, Confúcio não foi bem-sucedido em conseguir algum emprego público. Os discípulos do filósofo, que viviam em sua terra natal, o convenceram a retornar para casa. Assim ele fez e viveu melancolicamente, com um imenso sentimento de frustração, seus últimos cinco anos lendo, escrevendo e editando comentários sobre os clássicos chineses. Em 479 a.C., aos 72 anos de idade, Confúcio morreu. Suas últimas palavras teriam sido: “A grande montanha deverá esfarelar-se, a viga forte se romper, o homem sábio deverá secar como uma planta”.

Como ser um bom administrador
Chuansun Chih perguntou ao mestre:
- O que devo fazer para me tornar um homem superior e ser funcionário do governo?
- Deve respeitar as cinco qualidades mais elevadas e repelir as quatro nocivas.
- Quais são essas cinco qualidades elevadas?
- O homem superior é gentil sem aceitar subornos. Ele trabalha ao lado do povo sem dar motivos para ressentimentos. Ele tem ambições mas não é avarento. Ele tem dignidade mas sem o orgulho indevido. Ele inspira respeito mas não é cruel.
- Em que exatamente podem ser aplicadas essas qualidades?
- Trabalhar para o bem-estar do povo não é ser generoso sem aceitar suborno? Se você desse o trabalho certo para a pessoa certa, alguém ficaria ressentido? Se um homem, através do desejo de preencher sua existência, alcança tudo aquilo de que é capaz, como poderá ele ser ganancioso? O homem superior sempre cumpre suas tarefas independente de sua dificuldade ou tamanho e assim nunca é indolente. Isto certamente é dignidade sem orgulho. O homem superior cuida de sua aparência. Ele usa suas roupas e chapéu de maneira apropriada e trata os outros com respeito. E graças à sua conduta sóbria, as pessoas têm grande consideração por ele. Nesse aspecto, ele inspira respeito sem ser cruel.
- E quais são as quatro nocivas?
- Condenar um homem à morte porque ele falhou em sua tarefa sem ter recebido instruções corretas. Isso é crueldade. Esperar que um homem faça alguma coisa sem ser devidamente avisado. Isso é um desmando. Insistir que um homem se apresse para terminar seu trabalho quando recebeu instruções para realizá-lo meticulosamente. Isso é danoso. Prometer uma recompensa e depois concedê-la de má vontade. Isso é mesquinharia.

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